"Senhor, fazei-me instrumento de Vossa Paz"
São Francisco de Assis

terça-feira, 26 de março de 2013

SERMÃO DAS AVES


Certo dia, Francisco, em companhia de Frei Masseu e Frei Ângelo, saiu para uma missão. Entre Cannara e Bevagna, num local silvestre, onde havia um pequeno descampado e ao redor muitas árvores de todas as espécies. Encima das árvores, voando em revoadas e espalhadas pelo chão no descampado, muitas aves, que cantavam e se confraternizavam com grande alarido. O Santo falou a seus discípulos: “Esperem um momento, vou pregar às nossas irmãzinhas aves!” Entrou no campo indo de encontro às aves que estavam no chão. E mal começou a pregar, as que estavam nas árvores desceram. Nenhuma se mexia, embora andando ele passasse perto e mesmo chegasse a roçar nelas com a extremidade de sua veste! E dizia as aves:
“Minhas irmãzinhas aves, vocês devem muito a DEUS, o CRIADOR, e por isso, em todo lugar que estiverem devem louva-LO, porque ELE lhes permitiu que voassem para onde quisessem, livremente, da mesma forma que devem agradecer o alimento que ELE lhes dá, sem que para isso tenham que trabalhar; agradeçam ainda a bela voz que o SENHOR lhes proporciona, que lhes permitem realizar lindas entonações! Vejam, minhas queridas irmãzinhas, vocês não semeiam e não ceifam. É DEUS quem lhes apascenta, quem lhes dá os rios e as fontes, para saciar a sede; quem lhes dá os montes e os vales, para o seu refúgio e lazer, assim como lhes dá as árvores altas, para fazerem os ninhos. Embora não saibam fiar e nem coser, DEUS lhes concede admiráveis vestimentas para todas vocês e seus filhos, porque ELE lhes ama muito e quer o bem estar de vocês. Por isso, minhas irmãzinhas, não sejam ingratas, procurem sempre se esforçarem em louvar a DEUS.”

Acabando de dizer-lhes estas palavras, todas as aves num gesto quase uniforme, começaram a abrir os bicos e esticar os pescoços, à medida que abriam as asas e inclinavam reverentemente a cabeça até á terra, cantando, demonstrando assim que Francisco lhes havia proporcionado uma grande satisfação!
Finalmente, São Francisco lhes fez o Sinal da Cruz e deu-lhes licença de se retirarem. Então, todas aquelas aves se levantaram no ar com um maravilhoso canto, e logo se dividiram em revoadas e desapareceram atrás das colinas e das matas.

Frei Tomás de Celano, célebre hagiógrafo de São Francisco, escreveu que dias após aquele notável acontecimento, quando pregou às Aves nas imediações de Bevagna, o Santo foi em companhia de Frei Massau a um lugarejo chamado Alviano, entre Orte e Orvieto. Pararam na praça do Mercado e como sempre, cantaram uma melodia com versos que convidavam a conversão do coração, com a finalidade de reunir o povo. Depois começou a pregar. Entardecia. As andorinhas que ainda hoje fazem ninho nos altos muros e nas torres das construções, voavam de um lado para outro em ciclo contínuo, chilreando forte e de modo quase uníssono. Os habitantes do lugarejo que se comprimiam ao redor para ouvir a palavra dele, não estavam conseguindo entender quase nada, porque o barulho das andorinhas era muito intenso. Então, Francisco com a maior tranqüilidade, olhou para elas e com muita doçura disse:
“Irmãs andorinhas, parece-me que agora é minha vez de falar. Já cantaram e falaram bastante! Escutem, pois, a palavra de DEUS e fiquem silenciosas enquanto eu falo!”

Elas pararam e fizeram um grande silêncio, por todo o tempo que ele falou.

Fonte:Comunidade "Paz e Bem"

terça-feira, 19 de março de 2013

RESPEITO E DEVOÇÃO AO SACRÁRIO.

Sacrário capela Santa Teresinha-José Bonifacio-SP.
Clique na imagem para amplar.



São Francisco não aceitava que as Igrejas ficassem sujas, principalmente junto ao Sacrário: onde fica o Corpo e o Sangue de Cristo.

Assim ele andava sempre com vassoura limpando esses lugares Sagrados, que sempre deve ter o respeito de todo Cristão, pois é um lugar de oração e comunhão com Deus Pai.

Vamos seguir o seu exemplo e testemunho, pois de outra forma não estaremos honrando a nossa fé, seremos como os hipócritas, um comportamento que Nosso Senhor repudiava.


segunda-feira, 18 de março de 2013

ARTE DE VIVER

"Francisco não é antes de tudo uma nova Ordem, nem uma nova doutrina, e muito menos um conjunto de regras de conduta.

É uma ARTE DE VIVER, uma certa presença ao mundo, uma nova qualidade de relação com Deus, com os homens e com toda a criação.

É também um saber jovial, o segredo de uma alegria de VIVER sob o Sol de Deus, no meio de todas as criaturas.

Esta sabedoria me impressionou por duas razões: por sua profundidade e por sua extrema simplicidade.

Ele é ao mesmo tempo simples e profundo, não se pode compreender a sabedoria de Francisco senão seguindo-o naquele caminho de simplicidade que o levou ao mais alto grau de despojamento."

(Eloi Leclerc, "O Sol de Assis")

Uma oração em cada dedo.(Papa Francisco)


1. O Polegar é o mais próximo de você. Então comece a orar por aqueles que lhe são mais próximos. Eles são os mais facilmente lembrados. Orar por nossos entes queridos é "uma doce obrigação"!

2. O seguinte é o dedo indicador. Ore por aqueles que ensinam, instruem e curam. Isso inclui mestres, professores, médicos e padres. Eles necessitam de apoio e sabedoria para indicar a direção correta aos outros. Mantenha-os em suas orações sempre presentes.

3. O próximo dedo é o mais alto. Ela nos lembra dos nossos líderes. Ore para que a presidenta, congressistas, empresários e gestores. Essas pessoas dirigem os destinos de nossa nação e orientam a opinião pública. Eles precisam da orientação de Deus.

4. O quarto dedo é o nosso dedo anelar. Embora muitos fiquem surpresos, é o nosso dedo mais fraco, como pode dizer qualquer professor de piano. Ele deve lembrar-nos a rezar para os fracos, com muitos problemas ou prostrados pela doença. Eles precisam da sua oração dia e noite. Nunca é demais para orar por eles. Você também deve se lembrar de orar pelos casamentos.

5. E finalmente o nosso dedo mindinho, o dedo menor de todos, que é a forma como devemos nos ver diante de Deus e dos outros. Como a Bíblia diz que "os últimos serão os primeiros". Seu dedo mindinho deve lembrá-lo de orar por você. Quando você estiver orado para os outros quatro grupos, suas próprias necessidades estarão na perspectiva correta, e você poderá rezar melhor pelas suas necessidades.

Como São Francisco domesticou as rolas selvagens


Um jovem havia apanhado um dia muitas rolas e levava-as a vender. Encontrando-o S. Francisco, o qual sempre sentia singular piedade pelos animais mansos, olhando com os olhos piedosos aquelas rolas, disse ao jovem:
"Ó bom moço, peçote que mas dês, para que passarinhos tão inocentes, os quais são comparados na santa Escritura às almas castas e humildes e fiéis, não caiam nas mãos de cruéis que os matem".
De repente aquele, inspirado por Deus, deu-as todas a S. Francisco; e ele recebendo-as no regaço, começou a falar-lhes docemente: "Ó irmãs minhas, rolas simples e inocentes e castas, por que vos deixastes apanhar? Agora quero livrar-vos da morte e fazer-vos ninhos, para que deis frutos e vos multipliqueis, conforme o mandamento do vosso Criador".

E vai S. Francisco e para todas fez ninhos. E elas, usando-os, começaram a pôr ovos e criar os filhos diante dos frades: e assim domesticamente viviam e tratavam com S. Francisco e com os outros frades, como se fossem galinhas sempre criadas por eles. E dali não se foram enquanto S. Francisco com sua bênção não lhes deu licença de partir. E ao moço que lhas havia dado, disse S. Francisco: "Filho, ainda serás frade nesta Ordem e servirás graciosamente a Jesus Cristo".

E assim foi; porque o dito jovem se fez frade e viveu na Ordem com grande santidade.

Em louvor de Cristo. Amém.

I FIORETTI XXII


Porque Francisco? Papa explica o porque do seu nome.






Papa Francisco explica os motivos pelos quais ele escolheu o nome de Francisco.
Frades Menores Capuchinhos
Província Nossa Senhora da Piedade da Bahia e Sergipe
Imagens: Globo News
Acesse:
http://www.capuchinhosbase.org.br/
http://webradiocapuchinhos.com/


segunda-feira, 11 de março de 2013

O encontro com o leproso: o dom de morrer por amor

Foi assim que o Senhor concedeu a mim, Frei Francisco, começar a fazer penitência: como eu estivesse em pecado, parecia-me sobremaneira amargo ver leprosos. E o próprio Senhor me conduziu entre eles, e fiz misericórdia com eles. E afastando-me deles, aquilo que me parecia amargo se me converteu em doçura de alma e de corpo; e, depois, demorei só um pouco e saí do mundo (Test. 1-2).
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O abraço do leproso é indicado por Francisco mesmo como o ponto culminante de sua experiência de conversão.
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Ele, dócil ao Espírito, cumpriu um caminho de progressiva libertação: atravessou/superou o medo da pobreza material e de perder a própria auto-imagem (humilhação, rejeição, desprezo), não necessita mais se sentir excepcional e de ser servil; agora experimenta o trecho mais difícil no crescimento espiritual: morrer por amor.
O abraço ao leproso tem todo o sabor de um olhar a morte no rosto: risco da morte física e certeza da morte social. Mas, tem também o sabor do amor: o amor que dá coragem de transgredir as leis e as normas humanas que segregam os leprosos; o amor que dá a coragem também de morrer para o outro.
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Quem olhou a morte de frente, em particular quem fez por amor, reencontra um modo novo de viver: experimenta cores mais vivas, um respiro aberto, quase uníssono com o da natureza, uma leveza e uma liberdade interior que dão acesso a uma alegria e a uma luz que habitam no profundo.
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Francisco vê de modo retrospectivo a própria vida claramente dividida em duas partes: antes e depois do abraço ao leproso.
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Todo acontecimento radical, todo apaixonamento envolve todas as experiências precedentes em um advérbio que é antes de tudo uma indicação do tempo interior: "antes", ou seja, na pré-história de minha vida.

SALONIA, Frei Giovanni (OFMCap). Kairós - Direção Espiritual e Animação Comunitária. p. 62-63.